Pastorais sociais, assessores
políticos, jovens e mulheres empenhadas na causa socioambiental, religiosos e
religiosas comprometidos em diversos setores da Amazônia encontraram-se por
dois dias na sede da CNBB, em Brasília.
É uma tentativa de resposta ao
grito da Amazônia, às violações dos direitos indígenas, às crescentes
preocupações sobre as mudanças climáticas e aos apelos de Papa Francisco para
que tenhamos misericórdia para com a Mãe Terra.
Essas pessoas foram convocadas
pela Comissão Episcopal para a Amazônia no intuito de criar o núcleo da Red Eclesial Panamazónica (REPAM) no
Brasil. Em nível Panamazónico a REPAM já existe desde 2014, nascida a partir de
uma provocação de Papa Francisco em diálogo com muitos setores da igreja dessa
região.
Francisco disse, a Rio de Janeiro
em 2013: “A igreja não está na Amazônia como quem está de malas pronta para
sair logo depois de explorar seus recursos. Desde o princípio está presente
nela com missionários, congregações religiosas, sacerdotes, leigos e bispo, e
sua presença é determinante para o futuro da região”.
Ao longo do último ano, a REPAM
fortaleceu-se e cresceu significativamente. Com voz profética e a serviço da
vida, da criação, dos pobres e do bem comum, a Red Eclesial Panamazónica propõe
potencializar de maneira articulada a ação da Igreja no território
panamazônico.
As entidades fundadoras são o Departamiento Justicia y
Solidaridad de la Comisión Episcopal Latinoamericana (DEJUSOL-CELAM), a Comissão
para a Amazônia da CNBB, o Pontifício Conselho Justiça e Paz, o Secretariado
Latinoamericano e Caribe das Cáritas (SELACC) e a Conferência Latinoamericana
das Religiosas/os (CLAR).
Fundada numa espiritualidade
encarnada a partir do protagonismo dos povos indígenas e dos grupos
vulneráveis, assumiu algumas frentes prioritárias de ação: formação e métodos
pastorais em perspectiva itinerante, direitos humanos e incidência nas
instituições nacionais e internacionais de defesa dos mesmos, bem-viver e alternativas
ao desenvolvimento e às mudança climáticas.
Está consolidando alianças com redes
internacionais ligadas à Igreja e se faz progressivamente conhecer pelas
comunidades dos diversos territórios amazônicos.
Nesse mês de fevereiro, a
primeira reunião do núcleo brasileiro da REPAM definiu, entre outros
encaminhamentos, uma sequência de doze seminários sobre a encíclica Laudato Sí,
a serem realizados em cada uma das dioceses da Amazônia, de junho 2016 a
novembro de 2017.
Os seminários serão ocasião de mobilização das forças vivas
que, ‘nas bases’, se empenham em defesa da vida em cada território. Essas
pessoas e comunidades poderão sentir a REPAM como uma aliada, e os bispos
locais serão incentivados a incluir os temas debatidos dentro de suas práticas
e programações diocesanas.
Os Missionários Combonianos continuam membros ativos do comitê
ampliado da REPAM e se empenham, apesar de seus limites e fragilidade
institucional, a proteger cada vida e preparar um futuro melhor, para que venha
o Reino de justiça, paz, amor e beleza.
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