Vida e Missão neste chão

Uma vida em Açailândia (MA), agora itinerante por todo o Brasil...
Tentando assumir os desafios e os sonhos das pessoas e da natureza que geme nas dores de um parto. Esse blog para partilhar a caminhada e levantar perguntas: o que significa missão hoje? Onde mora Deus?
Vamos dialogar sobre isso. Forte abraço!
E-mail: padredario@gmail.com; Twitter:
@dariocombo; Foto: Marcelo Cruz

domenica 17 marzo 2019

De Suzano à Nova Zelândia: palavra à não violência

"Se alguém te bate na face direita, ofereça a outra". Parece absurdo, e com isso chamam nós cristãos de loucos. Ingênuos e utopistas.
"Neste mundo precisa ser espertos", dizem. "Precisa se defender. Armar-se, proteger-se!"

Os fatos desta semana, desde Suzano à Nova Zelândia, mostram que a loucura está do outro lado.
Em comum, eles têm o culto às armas, o elogio da violência.
O discurso de ódio é triunfante. É o segredo dos atores políticos de hoje, que se afirmaram não em base a suas propostas, mas pela construção de inimigos e a pauta única do enfrentamento.

"Amai vossos inimigos". É outro absurdo: por definição o inimigo é alguém que colocamos fora do círculo de nosso amor.
O que significa, este chamado de Jesus?
Surpreender o inimigo com gestos e atitudes inesperadas.
Se gritar, abaixe a voz: force-o a dialogar com respeito.
Se agredir, responda com firme dignidade não violenta. Sou gente, que nem você!
Antecipe, seja inesperado e surpreendente. Se a relação se congelou, deixe despontar, de graça, um gesto de acolhida, uma pequena atitude de serviço. É incrível o tanto que este primeiro passo pode fazer, para desmontar o agressor.
Se for complicado demais, se a inimizade estiver muito consolidada, exercite-se com a oração, que é o esforço de entrar no coração da outra pessoa, para colocá-la no coração de Deus.

Armar os professores nas escolas? É o caminho da porta larga.
A porta estreita, mais trabalhosa, mas que leva à vida, é outra: escolas menores, menos alunos por sala de aula, visitas periódicas (integrando escola e equipes de saúde e assistência social) às famílias, políticas de inclusão e acolhimento, atendimento direto e constante de situações de violência e abandono social.
Isso é políticas públicas. Que bom que, neste ano, a Igreja nos provoca a refletir sobre isso!
Até Deus tem suas "políticas públicas": Ele faz nascer o sol sobre todos, justos e injustos. Faz chover para todos.
Talvez queira nos dizer que a violência está acontecendo porque, cada vez mais, o sol é para poucos; tomaram posse até da chuva...

Sim, é difícil. Também Jesus, morto na cruz por não responder com violência, pareceu falir. O consideraram um derrotado.
Mas a força de Deus se manifesta na fraqueza. Crucificado por esta "fraqueza", Jesus vive pela potência de Deus.
O caminho da não violência, que parece louco e absurdo, é o único para que a vida vença!