O livro do Gênesis (Gn 2, 15) apresenta o trabalho do ser humano como a continuação da obra de Deus. A criação é permanente e nós temos a responsabilidade grave e sublime de fazer a vida continuar.
Papa Francisco, em sua encíclica “Laudato Sí”, usa palavras
muito bonitas para descrever o trabalho: “Colocar-se como instrumento de Deus
para ajudar a fazer desabrochar as potencialidades que Ele inseriu nas coisas”
(LS 124).
Trabalhar é criar. Não somente bens materiais, mas também
relações de respeito, confiança, parceria. Trabalhar também é criar sonhos: alimentar
as perspectivas das pessoas e os planos de futuro das famílias e da sociedade.
Tudo isso merece a bênção de Deus.
O Papa, porém, nos alerta a respeito de um perigo: “Quando,
no ser humano, se deteriora a capacidade de contemplar e respeitar, criam-se as
condições para se desfigurar o sentido do trabalho” (LS 127).
É isso que estamos experimentando há anos como Paróquia,
acompanhando o bairro de Piquiá, onde vivemos. Corre-se o perigo de passar do trabalho
como criação permanente ao trabalho como destruição. Ainda temos
nos olhos e no coração as imagens do desastre de Mariana-MG, por exemplo.
Hoje vos falo em nome da comunidade de Piquiá de Baixo. E
vos falo com o coração na mão.
Escolheram de chamar esse empreendimento “Aço Verde do
Brasil”.
Valorizo a qualidade da tecnologia aqui instalada e aprecio o fato que, supostamente, nessa etapa produtiva os impactos ambientais serão controlados.
É muito importante também o esforço de verticalização da produção, que vem trazendo mais oportunidades de trabalho qualificado a nossa população e valoriza as matérias primas de nossos territórios.
Valorizo a qualidade da tecnologia aqui instalada e aprecio o fato que, supostamente, nessa etapa produtiva os impactos ambientais serão controlados.
É muito importante também o esforço de verticalização da produção, que vem trazendo mais oportunidades de trabalho qualificado a nossa população e valoriza as matérias primas de nossos territórios.
Mas a vocação e a identidade dessa nova empresa realizar-se-á
se e somente se tornará “verde” a inteira cadeia de produção. Porque a etapa
siderúrgica, que o digam os moradores de Piquiá de Baixo e também de Piquiá de
Cima, é ainda marrom.
E não sou somente eu a afirmar isso, mas também uma decisão judicial.
E não sou somente eu a afirmar isso, mas também uma decisão judicial.
Por causa dessas condições de poluição, os moradores de
Piquiá de Baixo estão buscando há anos o reassentamento longe desse local. Mas
desde já, hoje, pedem, precisam e exigem o direito à saúde e à vida.
Os grandes investimentos que foram feitos para construir essa aciaria, então, precisam ser feitos também para reduzir os impactos e as emissões das siderúrgicas.
Essa é a missão urgente que Deus nos dá, moradores, trabalhadores e empresários: Trabalho sim! Vida sim! Saúde sim! Não podemos considerar tudo isso como alternativas.
Os grandes investimentos que foram feitos para construir essa aciaria, então, precisam ser feitos também para reduzir os impactos e as emissões das siderúrgicas.
Essa é a missão urgente que Deus nos dá, moradores, trabalhadores e empresários: Trabalho sim! Vida sim! Saúde sim! Não podemos considerar tudo isso como alternativas.
Após essa reflexão, vos convido a estender as mãos sobre
essas instalações. Façamos a seguinte oração:
“Pai de amor, criador da vida, das coisas e do trabalho,
derramai suas bênçãos sobre esse local,
para que haja relações de respeito, de incentivo e valorização pessoal,
de organização e de vida.
Preservai-nos dos acidentes, ajudai-nos a respeitar as regras
e a sermos respeitados e valorizados,
como filhos teus, em nome de Jesus Cristo, Amém!”
“Pai de amor, criador da vida, das coisas e do trabalho,
derramai suas bênçãos sobre esse local,
para que haja relações de respeito, de incentivo e valorização pessoal,
de organização e de vida.
Preservai-nos dos acidentes, ajudai-nos a respeitar as regras
e a sermos respeitados e valorizados,
como filhos teus, em nome de Jesus Cristo, Amém!”
E agora vamos nos virar em direção às comunidades que moram
aqui em volta, estendamos as mãos e vamos rezar novamente:
“Pai de amor, criador da vida, dos rios, do ar e da natureza,
derramai suas bênçãos sobre o povo de Piquiá de Baixo, de Piquiá e Açailândia,
que clama por saúde e vida.
Ensinai-nos a produzir sem ferir a criação e as pessoas,
iluminai os donos do poder e do dinheiro
para que não caiam no pecado da indiferença,
amem o bem comum, promovam os fracos
e cuidem deste mundo que habitamos. (LS) Amém!”
“Pai de amor, criador da vida, dos rios, do ar e da natureza,
derramai suas bênçãos sobre o povo de Piquiá de Baixo, de Piquiá e Açailândia,
que clama por saúde e vida.
Ensinai-nos a produzir sem ferir a criação e as pessoas,
iluminai os donos do poder e do dinheiro
para que não caiam no pecado da indiferença,
amem o bem comum, promovam os fracos
e cuidem deste mundo que habitamos. (LS) Amém!”
1 commento:
Muito bem Pe. Dario importante e firme sua postura religiosa e política frente aos empreendimentos bilionários e a miséria ao entorno, pulso firme aos investidores do ferro e aço.
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