A Prainha do Canto Verde é uma comunidade pesqueira a cem quilômetros de Fortaleza.
Quem for visitá-la querendo escutar, logo vai cair na rede sedutora dos contos e das tradições de um povo hospitaleiro e simples. De geração em geração a arte da pesca , na linha ou na rede, é repassada religiosamente e em silêncio, dos mais velhos para filhos e netos, na prática dos gestos mais do que por palavras vazias.
Toda semana, pequenas jangadas saem e permanecem mar adentro por dias inteiros, lá onde “fica você sozinho, entre o céu e as águas”.
À noite, quatro pescadores em cada jangada retiram-se nos espaços estreitos debaixo das tábuas, reparando-se do frio, do vento e das ondas que molham o barco. Mas um quinto precisa ficar acordado, lá fora, a noite toda: há uma lâmpada a gás que precisa permanecer acesa, na escuridão total, para evitar que os grandes navios que transportam ferro para exportação, no mar alto, atropelem as minúsculas jangadas e seu precioso cargo de vidas.
Assim, esse cuidador da luz é também cuidador da vida.
Ensina-nos, mais uma vez no silêncio dos gestos, o que é Justiça Ambiental: defender a vida das pessoas e dos territórios que há tempos vivem no equilíbrio de seus ritmos e saberes, mas que estão sendo cada vez mais agredidos pelo atropelamento de um progresso que corre distante deles e pode passar por cima deles.
Ensina-nos, mais uma vez no silêncio dos gestos, o que é Justiça Ambiental: defender a vida das pessoas e dos territórios que há tempos vivem no equilíbrio de seus ritmos e saberes, mas que estão sendo cada vez mais agredidos pelo atropelamento de um progresso que corre distante deles e pode passar por cima deles.
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