Não conheço a Deus nem posso me atrever a dizer quem ele é.
Mas há três atitudes do Deus dos Evangelhos que me cativaram e que escolhi como pontos de referência também para minha vida:
- o Deus que Jesus de Nazaré veio desvendar é o Deus da encarnação. Enxarcar-se de vida, mergulhar na história, nadar fundo dentro da existência dos outros e escolher as existências mais pobres e excluídas. Isso faz muito sentido para mim também.
- esse mesmo Deus vive uma paixão de amor e sofrimento. Já disse quanto isso me apaixona também.
- enfim, Jesus de Nazaré ressuscitou. Em palavras mais ordinárias diria: sua vida fez sentido até o fim. Vamos tentar entender um pouco mais o que é ressurreição... (aqui ninguém quer fazer teologia: é a pobre experiência de um missionário que se interroga sobre o sentido daquilo que vai dizendo ao seu povo!)
Uma coisa é certa: não há ressurreição sem paixão. Assim como a vida não vem de graça, mas precisa de paixão e cuidado para brotar, também a ressurreição, a vida cheia, é fruto de paixão.
O que mais gosto dos contos da ressurreiçaõ é a prova que Jesus usa para mostrar que voltou a viver: ele não chama a testemunho milhares de anjos, nem brinca com estouros de luz e de glória, nem se houve uma voz forte do alto que diz “Esse é meu filho, eu o tirei da morte”. Não: simplesmente Jesus mostra as mãos e os pés, furados, calejados. Mãos abertas e pés novamente a caminho.
Ressuscita-se nas mãos e nos pés calejados. Se perguntarmos a um nordestino o que isso significa, teríamos a melhor das exegeses!
Não há ressurreiçao sem paixão: para mim significa que ressuscita toda pessoa que lutou, buscou sentido, viveu para um objetivo. A ressurreição é a confirmação final que valeu a pena, mesmo se no meio da vida muitas vezes não encontramos saídas, não enxergamos motivos de esperança.
Nossa sede de vida, sede de Deus, ‘cava cisternas’ durante essa existência. Na vida sem fim essas cisternas serão colmadas, cada uma na sua medida: quem lutou e foi em busca de sentido receberá em proporção à sua sede.
“Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada nos braços de vocês” (Lc 6,38). Qual a medida dos seus braços abertos? Qual a profundidade das cisternas que sua sede de vida cavou?
Há pessoas que serão eternamente lembradas por sua sede de vida: são testemunhas (‘martires’) da ressurreição. Ir. Dorothy, por exemplo, foi morta de braços abertos, na luta por terra e dignidade de seu povo. Ainda hoje os companheiros do Comitê Dorothy reunem-se semanalmente e encerram seus encontros com uma mística irresistível: após o assassinato da irmã, foi recolhida num vaso a terra que recebeu seu sángue. Em círculo, tocando esse vaso, eles gritam juntos “Dorothy vive! Sempre, sempre, sempre!”
A sede de Dorothy ainda faz sentido e continua na luta de seus companheiros.
Há outras pessoas de quem ninguém lembra: pobres, viveram o tempo todo às margens da sociedade e lutaram para sobreviver e garantir vida a seus filhos e amigos. Eles também ressuscitam, pois a sede de vida e de sentido recebe uma medida de consolação e paz nos braços do Pai, que ama sobretudo os pobres. Também a vida dos mais esquecidos faz sentido, nos braços de Deus.
De alguma forma, portanto, estamos decidindo desde já se e quanto ressuscitar.
A intensidade da vida e a profundidade das respostas que receberemos depende da paixão e das perguntas que esquentam nossa vida de hoje.
Por isso Jesus diz: “todo aquele que acredita em mim não morrerá, para sempre”.
Escolhe, pois, a vida!
Mas há três atitudes do Deus dos Evangelhos que me cativaram e que escolhi como pontos de referência também para minha vida:
- o Deus que Jesus de Nazaré veio desvendar é o Deus da encarnação. Enxarcar-se de vida, mergulhar na história, nadar fundo dentro da existência dos outros e escolher as existências mais pobres e excluídas. Isso faz muito sentido para mim também.
- esse mesmo Deus vive uma paixão de amor e sofrimento. Já disse quanto isso me apaixona também.
- enfim, Jesus de Nazaré ressuscitou. Em palavras mais ordinárias diria: sua vida fez sentido até o fim. Vamos tentar entender um pouco mais o que é ressurreição... (aqui ninguém quer fazer teologia: é a pobre experiência de um missionário que se interroga sobre o sentido daquilo que vai dizendo ao seu povo!)
Uma coisa é certa: não há ressurreição sem paixão. Assim como a vida não vem de graça, mas precisa de paixão e cuidado para brotar, também a ressurreição, a vida cheia, é fruto de paixão.
O que mais gosto dos contos da ressurreiçaõ é a prova que Jesus usa para mostrar que voltou a viver: ele não chama a testemunho milhares de anjos, nem brinca com estouros de luz e de glória, nem se houve uma voz forte do alto que diz “Esse é meu filho, eu o tirei da morte”. Não: simplesmente Jesus mostra as mãos e os pés, furados, calejados. Mãos abertas e pés novamente a caminho.
Ressuscita-se nas mãos e nos pés calejados. Se perguntarmos a um nordestino o que isso significa, teríamos a melhor das exegeses!
Não há ressurreiçao sem paixão: para mim significa que ressuscita toda pessoa que lutou, buscou sentido, viveu para um objetivo. A ressurreição é a confirmação final que valeu a pena, mesmo se no meio da vida muitas vezes não encontramos saídas, não enxergamos motivos de esperança.
Nossa sede de vida, sede de Deus, ‘cava cisternas’ durante essa existência. Na vida sem fim essas cisternas serão colmadas, cada uma na sua medida: quem lutou e foi em busca de sentido receberá em proporção à sua sede.
“Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada nos braços de vocês” (Lc 6,38). Qual a medida dos seus braços abertos? Qual a profundidade das cisternas que sua sede de vida cavou?
Há pessoas que serão eternamente lembradas por sua sede de vida: são testemunhas (‘martires’) da ressurreição. Ir. Dorothy, por exemplo, foi morta de braços abertos, na luta por terra e dignidade de seu povo. Ainda hoje os companheiros do Comitê Dorothy reunem-se semanalmente e encerram seus encontros com uma mística irresistível: após o assassinato da irmã, foi recolhida num vaso a terra que recebeu seu sángue. Em círculo, tocando esse vaso, eles gritam juntos “Dorothy vive! Sempre, sempre, sempre!”
A sede de Dorothy ainda faz sentido e continua na luta de seus companheiros.
Há outras pessoas de quem ninguém lembra: pobres, viveram o tempo todo às margens da sociedade e lutaram para sobreviver e garantir vida a seus filhos e amigos. Eles também ressuscitam, pois a sede de vida e de sentido recebe uma medida de consolação e paz nos braços do Pai, que ama sobretudo os pobres. Também a vida dos mais esquecidos faz sentido, nos braços de Deus.
De alguma forma, portanto, estamos decidindo desde já se e quanto ressuscitar.
A intensidade da vida e a profundidade das respostas que receberemos depende da paixão e das perguntas que esquentam nossa vida de hoje.
Por isso Jesus diz: “todo aquele que acredita em mim não morrerá, para sempre”.
Escolhe, pois, a vida!
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